A questão das drogas em perspectiva: uma entrevista com Taniele Rui (UNICAMP), Maurício Fiore (UNICAMP), Heitor Frúgoli Jr.(USP) e Bruno Ramos Gomes (Coordenador da ONG “É de lei”)

Autores

  • Letícia Canonico de Souza Mestranda do Programa de Pós Graduação em Sociologia pela UFSCar.
  • Roselene Breda Mestranda do Programa de Pós Graduação em Sociologia pela UFSCar.
  • Evelyn Louyse Godoy Postigo Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Sociologia pela UFSCar.
  • Natália Maximo e Melo Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Sociologia pela UFSCar.

DOI:

https://doi.org/10.46269/3114.137

Resumo

Atualmente no Brasil as drogas tem sido um dos grandes temas de preocupação social e debate no âmbito de diversos campos de estudo.  Esta coloca em debate quatro pesquisadores(as) que recentemente produziram trabalhos e acompanhando de perto as discussões que envolvem a questão do uso do crack, a atuação de diversas instituições e a formulação e implementação de políticas públicas na área. De uma perspectiva que privilegio os interesses das Ciências Sociais, discutimos sobre os efeitos das políticas de drogas, refletindo sobre as políticas urbanas nas regiões de concentração de uso de crack, sobre a constituição de uma corporalidade pelo uso abusivo do crack, as sociabilidades e os discursos que se desenvolvem em torno do uso de drogas. A entrevista tem como ponto de partida o modo como os(as) pesquisadores(as) chega- ram à temática das drogas. A discussão segue para os desdobramentos possíveis em suas análises desenvolvidas em contextos e a partir de perguntas de pesquisa variadas. O caminho trilhado leva em consideração a questão dos efeitos da lei de drogas de 2006, que, por um lado, retira o usuário(a) da esfera da punição penal e, de outro, resulta no embate da distinção entre usuário(a) e traficante. Em seguida é abordada a questão da formulação das atuais políticas públicas que se pretendem intersetoriais. Assim, são colocados questionamentos sobre a ausência de Estado em territórios de uso de crack, tendo em vista que as pesquisas de campo demonstram a existência de diversas entidades - estatais e não-estatais - que atuam na gestão dos corpos e territorialidades de pessoas usuárias de crack. Por fim, são abordadas as categorias que pautam as políticas públicas de drogas no Brasil, apontando algumas tendências no debate sobre a questão das drogas no Brasil e o papel que os entrevistados tem assumido enquanto pesquisadores(as) nesse campo.

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Publicado

2014-01-22