“Livrai-nos do mal”: a secularização e os “espíritos” do fundamentalismo evangélico brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.46269/8219.364Palavras-chave:
Secularização, identidades sociais, fundamentalismo religioso, EstadoResumo
Nesse artigo buscamos mostrar, a partir de uma discussão teórica, o fundamentalismo religioso no Brasil como forma de construção de identidades sociais em resposta ao processo de secularização. Primeiramente pontuamos nosso entendimento sobre secularização. Em seguida relacionamos essas características com a cultura, dando destaque à noção de identidades sociais. Depois procuramos mostrar como a secularização é percebida pelos grupos religiosos brasileiros, e como eles reconfiguram seus vínculos identitários na forma de fundamentalismos. Estabelecemos para isso, três tipos ideais, pontuando distinções entre eles, quais sejam: o fundamentalismo neopentecostal, o fundamentalismo pentecostal/católico e o fundamentalismo tradicional/protestante.
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