Sem fôlego: panoptismo e biopolítica na narrativa de Kim Ki-Duk
DOI:
https://doi.org/10.46269/1212.460Resumo
O presente artigo pretende fazer uma análise do filme do diretor sul-coreano Kim Ki-Duk Sem Fôlego (Soom – 2007) a partir das noções de olho do poder, panoptismo e biopolítica tais como foram pensadas por Michel Foucault e ulteriormente desenvolvidas por Giorgio Agamben. Os filmes de Kim Ki-Duk, entre outras características, são conhecidos por seus enredos pouco convencionais: personagens complexos e misteriosos com atitudes inesperadas, poucos diálogos e muitas simbologias. Sem Fôlego conta a história de um condenado à pena de morte que tenta suicídio pelo medo extremo da execução e de uma mulher que ao se descobrir traída e solitária passa a visitá-lo. Pouco comentado pelos críticos é um personagem fundamental que tece a trama: o vigia da prisão, que através do poder de observação das câmeras nos permite refletir sobre a sociedade disciplinar. O filme permite refletir sobre as diferentes e atuaisformas de olhares do poder, visto que o próprio diretor constrói a narrativa se apoiando nos diferentes olhares que a câmera pode proporcionar, desde a visibilidade midiática da televisão até as imagens colhidas pelas câmeras de segurança da prisão. Outro fato do filme que nos permite refletir sobre o conceito de biopolítica, forjado pro Michel Foucault e desenvolvido por Giorgo Agamben, é a não soberania que o condenado tem sobre sua vida, ou o direito de morte, uma vez que mesmo condenado a morrer, ele é salvo pelo Estado das suas tentativas de suicídio. Ou seja, o Estado detém o poder de sua vida e a autonomia sobre sua morte. Segundo Agamben, tal fato não se restringe apenas ao corpo do condenado à morte, mas a todos os corpos da sociedade moderna, cujo poder e soberania constituem-se justamente através da biopolítica que transforma a todos em homo sacer: insacrificáveis, porém matáveis. Ademais, pretendemos situar o filme na filmografia do diretor, estabelecendo contato com outras obras do mesmo, como Casa Vazia (2004) e Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera (2003).
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