“Vida preta importa quando a gente tá morta, não quando a gente tá viva”

estética, desejo e constituição de si na cena preta LGBT de São Paulo

Autores

  • Bruno Nzinga Ribeiro Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.46269/9120.568

Palavras-chave:

Raça, Gênero, Sexualidades, Produção Cultural, Sociabilidade LGBTQI, Periferia

Resumo

O propósito deste artigo é discutir o universo político e criativo das relações em lugares organizados por e para pessoas LGBT negras e ou periféricas na cidade de São Paulo. Para isso, em um primeiro momento,  discuto a  emergência da cena preta LGBT de São Paulo a partir dos discursos em torno da relação entre arte e política sobre um conjunto de estéticas, lugares e sujeitos identificados como “geração tombamento”, e o enquadramento de uma cena de festas engajadas com redes, estética e códigos próprios. Num segundo momento trago algumas notas etnográficas do trabalho de campo realizado em um baile funk LGBT e periférico onde se produzem ambientes em que sujeitos negros LGBT podem se afirmar, desajar e se sentir desejados.

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Publicado

2021-02-24