Donos de seu próprio tempo
Percepções sobre autonomia e liberdade nos discursos e práticas dos trabalhadores retratados em Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar
DOI:
https://doi.org/10.14244./2238-3069.2024/02Palavras-chave:
Autonomia, Trabalho flexível, Informalidade, Toritama-PE, CinemaResumo
O documentário Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar (2019) retrata a produção local de jeans em Toritama-PE, que vem se destacando no setor brasileiro de confecções. Os trabalhadores da cidade representam a dinâmica do trabalho contemporâneo: alto índice de informalidade, trabalho a domicílio e terceirização. Com a intensificação do trabalho autônomo e da produção flexível, este artigo discute quais sentidos e percepções sobre autonomia e liberdade fazem parte dos discursos e práticas dos trabalhadores retratados. A proposta é analisar os significados que eles e elas associam a esses termos, desde suas experiências no trabalho nas facções. Metodologicamente, o artigo se baseia em uma análise crítica do filme, do conteúdo das entrevistas e cenas e da narrativa proporcionada pelo diretor.
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