Soberania alimentar no litoral da Amazônia

Resistência através da comida das marés

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14244./2238-3069.2024/09

Palavras-chave:

Amazônia. Soberania Alimentar. Maretórios. Autonomia.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar o papel da Soberania Alimentar na luta pela garantia de reconhecimento das dinâmicas socioculturais de populações tradicionais extrativistas costeiras e marinhas, mais especificamente, do litoral da Amazônia, no estado do Pará. Nos maretórios que compreendem a Resex-Mar Mãe Grande de Curuçá, a soberania alimentar é praticada de forma ancestral e coletiva pelas populações costeiras marinhas, tudo isso impresso na jornada de trabalho, ordenadas pela temporalidade da maré, que resulta no alimento na mesa das famílias, protagonizando maneiras próprias de preparar e comer a comida. Dessa forma, a soberania alimentar está a construir os maretórios através da autonomia, enquanto instrumentos de ação de vida e reprodução da mesma.

Biografia do Autor

Jessica Nascimento, Universidade Federal do Pará

Mestranda em Sociologia e Antropologia na Universidade Federal do Pará (UFPA). Pós-graduanda no curso de Especialização em Direitos Humanos e Contemporaneidade na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Bolsista 2019-2022 PIBIC/CNPq no Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares (INEAF-UFPA). Atua como pesquisadora na área de populações tradicionais costeiro marinhas, soberania alimentar e maretórios. Também integrante do Grupo de Pesquisa sobre Movimentos Sociais, Educação e Cidadania na Amazônia (GMSECA-UEPA) e do Grupo de Estudos Interdisciplinares sobre Biodiversidade, Sociedade e Educação na Amazônia (BIOSE-UFPA).

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Publicado

2024-12-13