Política macroeconômica e mercados financeiros: o jogo de credibilidade e a dívida pública no contexto da eleição do governo Lula (2002-2003)
DOI:
https://doi.org/10.46269/4115.22Resumo
Este artigo busca fornecer algumas pistas analíticas que permitam clarificar o modo como o Estado brasileiro e suas finanças se articulam com o capital financeiro. Não se trata de buscar explicações gerais, mas, antes, de compreender o padrão de interação que foi sendo construído no Brasil a partir do regime militar e que foi se modificando ao longo do tempo, a culminar no padrão pós Plano Real. A maneira de captar a interação entre as finanças do Estado e as finanças privadas é analisar a política econômica estatal naquilo que se tornou essencial no período pós estabilização monetária: a política fiscal e a política monetária. A preocupação que orienta a análise é a de captar o sentido político da política econômica e o papel que a dívida pública exerceu nos períodos em questão. Uma longa reconstrução histórica é feita com o objetivo de iluminar os caminhos que levaram ao plano de estabilização monetária e, posteriormente, à eleição de Lula, buscando clarificar as dificuldades que este governo enfrentou para empreender uma ruptura no padrão de política econômica herdado.
Referências
ARANTES, Paulo. Extinção. São Paulo: Boitempo, 2007
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Macroeconomia da estagnação, São Paulo: Editora 34, 2007.
________________ A Crise Financeira Global e Depois: Um Novo Capitalismo? Novos Estudos. Março, 2010
_______________. Lucro, Acumulação e Crise. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
_______________. Desenvolvimento e Crise no Brasil. São Paulo: Editora 34, 2003.
CARDOSO, Fernando Henrique. Plano Fernando Henrique Cardoso. Exposição de motivos nº395, de 7 de dezembro de 1993. Revista de Economia Política, vol. 14, nº2 (54), abril-junho/1994
CHESNAIS, François. A fisionomia das crises no capitalismo mundializado. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n. 52, nov. 1998.
CHESNAIS, François. A Finança mundializada: raízes sociais e políticas, configuração, consequências. São Paulo: Boitempo, 2005
FILGUEIRAS, Luiz. História do Plano Real. São Paulo: Boitempo, 2012.
COUTINHO, Luciano. Coréia do Sul e Brasil: paralelos, sucessos e desastres. In: FIORI, José Luís, (Org.). Estados e moedas no desenvolvimento das nações. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 351-378.
__________________. A construção de fundamentos para o crescimento sustentável da economia brasileira. In O BNDES em um Brasil em transição. ALÉM, A.C; GIAMBIAGI, F. Rio de Janeiro : BNDES, 2010.
COUTO, J.M. e COUTO, ANA C. Lima. O medo do crescimento: política econômica e dinâmica macroeconômica no primeiro governo Lula (2003-2006). Maringá: eduem, 2010.
FURTADO, Celso. Transnacionalização e Monetarismo. In. El Retorno de la Ortodoxia. Pensamiento Iberoamericano. Revista de Economia Política. nº1 Enero-Junio, 1982.
GONÇALVES, R e POMAR, V. A armadilha da dívida. Como a dívida pública interna impede o desenvolvimento econômico e aumenta a desigualdade social. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2002.
GOUVÊA, Gilda F. Portugal. Burocracia e elites burocráticas no Brasil. São Paulo: Paulicéia, 1994.
GUARDIA, Eduardo Refinetti. “As Razões do Ajuste Fiscal”. In GIAMBIAGI, Fábio, REIS, José Guilherme e URANI, André (orgs). Reformas no Brasil: Balanço e Agenda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.
HIRSCH, Joachim. Teoria Materialista do Estado: Processos de transformação do sistema capitalista de Estado. Rio de Janeiro: Revan, 2010.
IANNI, Octavio. Estado e Planejamento Econômico no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1996
KUCINSKI, Bernardo. Cartas a Lula: o jornal particular do presidente e sua influência no governo do Brasil. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014.
LOUREIRO, Maria Rita. Os economistas no governo: gestão econômica e democracia. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997
LOPREATO, Francisco Luiz C. Caminhos da Política Fiscal do Brasil. São Paulo: Editora UNESP, 2013.
MARTINS, Luciano. Estado Capitalista e Burocracia no Brasil pós 64. Rio de Janeiro:Paz e Terra, 1985.
PAULANI, Leda. Brasil Delivery. Servidão Financeira e Estado de emergência econômico. São Paulo: Boitempo, 2008
PAULANI, Leda. Acumulação sistêmica, poupança externa e rentismo: observações sobre o caso brasileiro. Estudos avançados 27(77), 2013
PEDRAS, Guilherme Binato Villela. História da dívida pública no Brasil: de 1964 até os dias atuais. In: Dívida Pública. A experiência brasileira. Anderson Caputo Silva, Lena Oliveira de Carvalho, Otávio Ladeira de Medeiros (organizadores). Brasília: Secretaria do Tesouro Nacional: Banco Mundial, 2009.
RESENDE, A. Lara. O processo hiperinflacionário e as reformas modernizadoras. In Economia e Política da crise Brasileira: O pensamento da equipe Fernando Henrique. Rio de Janeiro: editora Rio Fundo, 1995
SANTISO, Javier. Wall Street and emerging democracies: financial markets and the Brazilian presidential elections. In: WHITEHEAD, L, SOLA, L. Statecrafing Monetary Authority. Democratization and Financial Order in Brazil, Oxford: Center for Brazilian Studies, 2006.
SANTISO, Javier e MARTÍNEZ, Juan. Emerging Economies. In: International Political Science Review (2003), Vol 24, No. 3, 363–395
SALLUM JR, Brasilio. Labirintos. Dos Generais à Nova República. São Paulo: Ed Hucitec, 1996.
SALLUM JR, Brasilio. (org). Brasil e Argentina hoje: política e economia. Bauru, SP: Edusc, 2004.
SKOCPOL, Theda. Bringing the State Back In: Strategies of Analysis in Current Research, in
WHITEHEAD, L, SOLA, L. Statecrafing Monetary Authority. Democratization and Financial Order in Brazil, Oxford: Center for Brazilian Studies, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Felipe Calabrez
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Procedimentos para o envio dos manuscritos
Ao enviar seu manuscrito o(s) autor(es) está(rão) automaticamente: a) autorizando o processo editorial do manuscrito; b) garantindo de que todos os procedimentos éticos exigidos foram atendidos; c) compartilha os direitos autorais do manuscrito com a revista Áskesis; d) admitindo que houve revisão cuidadosa do texto com relação ao português e à digitação; título, e subtítulo (se houver) em português; resumo na língua do texto, com as mesmas características; palavras-chave inseridas logo abaixo do resumo, além de keywords para o abstract; apresentação dos elementos descritivos das referências utilizadas no texto, que permitam sua identificação individual; observação das normas de publicação para garantir a qualidade e tornar o processo editorial mais ágil.
Ao submeter o manuscrito deve ser informado (no portal SEER) nome, endereço, e-mail e telefone do autor a contatar e dos demais autores. Forma de Apresentação dos Manuscritos O título deverá ser apresentado em português e inglês.
A apresentação dos originais deverá seguir as normas da Revista Áskesis e, quando não contempladas, seguir as normas atualizadas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Recomenda-se a consulta principalmente às normas NBR 10.520/02 – Citações em documentos; NBR 6024/03 – Numeração progressiva das seções de um documento; NBR 6023/02 – Referências; NBR 6028/03 – Resumos; NBR 6022/03 –Artigo em publicação periódica científica impressa - Apresentação. Nota: Os resumos que acompanham os documentos devem ser de caráter informativo, apresentando elementos sobre as finalidades, metodologia, resultados e conclusões do estudo.
Figuras, tabelas, quadros, etc., devem ser apresentadas uma em cada página, acompanhadas das respectivas legendas e títulos. As figuras e tabelas não devem exceder 17,5 cm de largura por 23,5 cm de comprimento. Devem ser, preferencialmente, elaboradas no Word/Windows. Não serão aceitas figuras gráficas com cores ou padrões rebuscados que possam ser confundidos entre si, quando da editoração da revista. Se aceito, as figuras e tabelas devem ser enviadas separadamente, via e-mail, para o precesso de diagramação, com suas respectivas legendas explicativas.