Terra arrasada: a apropriação pelo capital do trabalho dos seres vivos
DOI:
https://doi.org/10.46269/11EE22.786Palavras-chave:
Necropolítica, Capitalismo, Metabolismo singular, Sociologia Rural, Sociologia AmbientalResumo
Em consonância com parte do debate estabelecido pela Sociologia Rural e pela Sociologia Ambiental - difundido, também, nos dez anos da Revista Áskesis -, objetivamos neste ensaio tratar sobre a exploração do ser humano e da natureza no processo de produção capitalista da mercadoria agrícola. O capitalismo, como organizador do tecido da vida, carrega uma lógica necropolítica, na qual estão envolvidos os habitantes do planeta, os seres vivos e os “não vivos”, isto é, no processo de produção de valor há uma mistura entre atividades humanas, extra-humana (máquinas e softwares) e da natureza. Desse modo, é preciso integrar a dimensão ecológica na compreensão das desigualdades sociais. A apropriação e exploração não é só do trabalho humano, mas também do trabalho da natureza.
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