Afetividade, processo grupal e aquilombamento como tecnologias de cuidado numa perspectiva de Gênero Antirracista
DOI:
https://doi.org/10.14244./2238-3069.2023/4Palavras-chave:
Afetividade, Aquilombamento, interseccionalidade, cuidado, racismoResumo
A vivência afetiva de mulheres negras exige produzir um conhecimento que de fato atenda às demandas destas em um projeto de cuidado em saúde racializado e na perspectiva de gênero. Este estudo de caso, portanto, se dá com um grupo de cuidado em saúde com mulheres negras. Ao longo do processo identificamos algumas dimensões centrais: a solidão, o padrão de beleza, o cisheterosexismo, a necessidade de pertencimento, a discriminação e o racismo, o corpo negro em circulação nos espaços, a história e os ciclos familiares, representatividade, identificação, além das possibilidades de cuidado diante da violência de Estado. Em face dos processos estudados, se reconhece a urgência de tecnologias de cuidado aquilombadas, afirmando a existência e a potência das mulheres e do povo negro.
Referências
AGUIAR, Fernando. Método Clínico: Método Clínico?. Psicologia: Reflexão e Crítica [online]. 2001, v. 14, n. 3 [Acessado 22 Agosto 2022] , pp. 609-616. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000300016>. Epub 24 Maio 2005. ISSN 1678-7153. https://doi.org/10.1590/S0102-79722001000300016.
AHMED, Sarah. Viver uma vida feminista. São Paulo: Editora Ubu, 2022.
AHMED, Sarah. Selfcare as Warfare. [Online] l. Disponível em: https://feministkilljoys.com/2014/08/25/selfcare-as-warfare/. Acesso em: 16 set. 2032.
ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. A Psicologia no Brasil: um ensaio sobre suas contradições. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 2012, v. 32, n. spe [Acessado 16 Fevereiro 2022] , pp. 44-65. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1414-98932012000500005>. Epub 08 Nov 2012. ISSN 1982-3703. https://doi.org/10.1590/S1414-98932012000500005
BRAMBILLA, Beatriz Borges; KAHHALE, Edna Peters; MONTREOZOL, Jeferson Renato; ROCHA, Renan Vieira de Santana. Políticas e práticas de atenção social aos adoecimentos da vida contemporânea: tecituras de uma clínica sócio-histórica em psicologia. in: políticas e práticas de atenção social aos adoecimentos da vida contemporânea: diálogos e reflexões em pesquisa. [S. l.: s. n.], 2021. p. 8-23. <https://doi.org/10.29327/531413.1-1>.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra : uma política para o SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013.
BOCK, Ana Mercês Bahia. A Psicologia a caminho do novo século: identidade profissional e compromisso social. Estudos de Psicologia (Natal), v. 4, n. 2, p. 315-329, 1999
COLLINS, Patricia Hill. Se perdeu na tradução? Feminismo negro, interseccionalidade e política emancipatória. Parágrafo, v. 5, n. 1, p. 6-17, 2017.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista estudos feministas, v. 10, p. 171-188, 2002.
DAVID, E. C. . Aquilombar a cidade: território, raça e produção de saúde em São Paulo. REVISTA DO CENTRO DE PESQUISA E FORMAÇÃO , v. n.10, p. 5-394, 2020.
DUTRA, Elza. Considerações sobre as significações da psicologia clínica na contemporaneidade. Estudos de Psicologia (Natal) [online]. 2004, v. 9, n. 2 [Acessado 16 Fevereiro 2022] , pp. 381-387. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000200021>. Epub 15 Jun 2005. ISSN 1678-4669. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2004000200021.
FAUSTINO, D. Reflexões indigestas sobre a cor da morte: as dimensões de classe e raça da violência contemporânea. In: FEFFERMANN, M. et al (org.). As interfaces do genocídio: raça, gênero e classe. São Paulo: Instituto de Saúde, 2018. Cap. 6. p. 141-158.
FRANCO, T.B.; GALAVOTE, H.S. Em busca da clínica dos afetos. In: FRANCO, T.B.; RAMOS, V.C. (Orgs.). Semiótica, afecção e cuidado em saúde. São Paulo: Hucitec, 2010. p.176-99.
FRANCO, Túlio Batista; MERHY, Emerson Elias. O reconhecimento de uma produção subjetiva do cuidado. Trabalho, produção do cuidado e subjetividade em saúde: textos reunidos. São Paulo Hucitec, 2013, v. 1, p. 151-171, 2013.
GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira. In: LUZ, Madel (org.) O lugar da mulher: estudos sobre a condição feminina na sociedade atual. Rio de Janeiro: Graal, 1982, p. 87-104.
GOUVEIA, R. P. . Trabalho, Gênero e Saúde Mental: contribuições para a profissionalização do cuidado feminino. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2018. v. 1. 222p .
GOUVEIA, R. P.. Mulheres negras, sofrimento e cuidado colônia. In: EM PAUTA, Rio de Janeiro n. 45, v. 18, p. 116 – 129, 2019.
HOOKS, bell. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo: Editora Elefante, 2021. 272 p.
HOOKS, bell. Vivendo de Amor. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/vivendo-de-amor/>2010.
KAHHALE, E. M. S. P.; MONTREOZOL, J. R. A clínica na Psicologia Sócio - Histórica: uma abordagem dialética. In TOASSA, Gisele; SOUZA, Tatiana Machiavelli Carmo; RODRIGUES, Divino de Jesus da Silva. (orgs): Psicologia Sócio-Histórica e desigualdade social: do pensamento à práxis. 1a ed.Goiânia: Editora da Imprensa Universitária, v.1, p. 191-211, 2019a.
KAHHALE, E. M. S. P; COSTA, C. M. A; MONTREOZOL, J. R. A clínica psicológica: da tradição alienante à potência sócio-histórica do sujeito. Rev. Psicol. Polít. vol.20 no.49 São Paulo set./dez. , p. 702-718, 2020.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogá, 2019.
LORDE, Audre. Não existe hierarquia de opressão. In: Sou sua Irmã. 1. ed. [S. l.]: Ubu, 2020. p. 63-65.
LORDE, Audre. Sou sua irmã. [s.l.] Ubu Editora, 2020.
MARTÍN-BARÓ, I.. O papel do Psicólogo. Estudos de Psicologia (Natal), v. 2, n. 1, p. 7–27, jan. 1997.
NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: Documentos de uma militância Pan-Africanista. São Paulo: ed. Perpectiva. 2019.
NASCIMENTO, Beatriz. Uma história escrita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2021. 271 p.
NASCIMENTO, Larissa Silva; SANTOS, Michelle dos. A Linguagem da Mulher Negra: Vozes que transcendem o Silenciamento.In: Água Viva. Volume 3, Número 3, Edição Especial, 2018
PARADIS, Clarisse Goulart. A tradução do pensamento de Angela Davis para o Brasil: por uma história das origens interseccionais do feminismo. 2020.
PRESTES, Clélia Rosane dos Santos. Estratégias de promoção da saúde de mulheres negras: interseccionalidade e bem viver. Tese (Doutorado em Psicologia Social) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. doi:10.11606/T.47.2018.tde-14112018-184832. Acesso em: 2022-03-10.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. 2000.
REY, Fernando González. Subjetividade e saúde: superando a clínica da patologia / Fernando González Rey . São Paulo: Cortez, 2011 - (Coleção construindo o compromisso social da psicóloga/coordenadora Ana Maria Mercês Bock). Cap 5
GONZÁLEZ-REY, F. L. La afectividad desde una perspectiva de la subjetividad. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 15, p. 127-134, 1999. HARAWAY, D. " Gênero" para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra. Cadernos pagu, p. 201-246, 2004.
SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o "encardido", o "branco" e o "branquíssimo": raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. 2012. Tese (Doutorado em Psicologia Social) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. doi:10.11606/T.47.2012.tde-21052012-154521.
SMEHA, Luciane Najar. Aspectos epistemológicos subjacentes a escolha da técnica do grupo focal na pesquisa qualitativa. Revista de Psicologia, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 260-268, 2009.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro ou As vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Zahar. 2021.
TOASSA, Gisele. Emoções e vivências em Vigotski: investigação para uma perspectiva histórico-cultural, São Paulo, 2009.
VIGOTSKI, L. S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ZANELLO, Valeska M. Loyola. Saúde Mental, Gênero e Dispositivos: Cultura e Processos de Subjetivação. 1. ed. Curitiba: Appris Editora, 2018. 301 p.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Mariana Xavier Ortega, Beatriz Borges Brambilla, Edna Maria Severino Peters Kahhale
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Procedimentos para o envio dos manuscritos
Ao enviar seu manuscrito o(s) autor(es) está(rão) automaticamente: a) autorizando o processo editorial do manuscrito; b) garantindo de que todos os procedimentos éticos exigidos foram atendidos; c) compartilha os direitos autorais do manuscrito com a revista Áskesis; d) admitindo que houve revisão cuidadosa do texto com relação ao português e à digitação; título, e subtítulo (se houver) em português; resumo na língua do texto, com as mesmas características; palavras-chave inseridas logo abaixo do resumo, além de keywords para o abstract; apresentação dos elementos descritivos das referências utilizadas no texto, que permitam sua identificação individual; observação das normas de publicação para garantir a qualidade e tornar o processo editorial mais ágil.
Ao submeter o manuscrito deve ser informado (no portal SEER) nome, endereço, e-mail e telefone do autor a contatar e dos demais autores. Forma de Apresentação dos Manuscritos O título deverá ser apresentado em português e inglês.
A apresentação dos originais deverá seguir as normas da Revista Áskesis e, quando não contempladas, seguir as normas atualizadas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Recomenda-se a consulta principalmente às normas NBR 10.520/02 – Citações em documentos; NBR 6024/03 – Numeração progressiva das seções de um documento; NBR 6023/02 – Referências; NBR 6028/03 – Resumos; NBR 6022/03 –Artigo em publicação periódica científica impressa - Apresentação. Nota: Os resumos que acompanham os documentos devem ser de caráter informativo, apresentando elementos sobre as finalidades, metodologia, resultados e conclusões do estudo.
Figuras, tabelas, quadros, etc., devem ser apresentadas uma em cada página, acompanhadas das respectivas legendas e títulos. As figuras e tabelas não devem exceder 17,5 cm de largura por 23,5 cm de comprimento. Devem ser, preferencialmente, elaboradas no Word/Windows. Não serão aceitas figuras gráficas com cores ou padrões rebuscados que possam ser confundidos entre si, quando da editoração da revista. Se aceito, as figuras e tabelas devem ser enviadas separadamente, via e-mail, para o precesso de diagramação, com suas respectivas legendas explicativas.