“Vivir en la Frontera”

A identidade como trânsito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14244./2238-3069.2023/16

Palavras-chave:

Fronteiras, Identidades, Interseccionalidades, Gênero

Resumo

O presente trabalho visa explorar de maneira crítica a ideia da identidade como algo fixo, através das metáforas dos trânsitos e das fronteiras, sejam elas do estado-nação, das dinâmicas culturais, de raça, gênero e outros campos construídos a partir de processos sócio-históricos. Acreditamos na potencialidade de pensar em termos de fluxos, relações, devires e trânsitos para, dessa forma, compreender as identidades dentro de determinados discursos e relações de poder. A partir disso, acionamos autores como Avtar Brah, Lélia Gonzalez, Achille Mbembe, Stuart Hall e Guacira Louro, em revisão bibliográfica, para abordar as formas pelas quais o estar em trânsito fornece mecanismos para a compreensão dos processos de reificação de identidades; estabelecimento de opressões e a possibilidade de romper com essas mesmas opressões que operam na e pela constituição de fronteiras.

Biografia do Autor

Sofia Maria do Carmo Nicolau, Universidade de São Paulo - USP

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestranda em Sociologia na Universidade de São Paulo (USP). 

Steffane Pereira Santos, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

Mestranda em Antropologia Social (PPGAn-UFMG). Bacharela em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Membro do Grupo de Pesquisa Gênero e Sexualidades (GESEX/UFMG).

Referências

ANZALDÚA. Glória. La conciencia de la mestiza a conciencia de la mestiza a conciencia de la mestiza/Rumo a una nueva conciencia. Estudos Feministas, Florianópolis, 13(3): 320, setembro-dezembro/2005.

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Pólen, 2019.

BRAH, Avtar. Cartografías de la diáspora. Identidades en cuestión. Madrid: Traficantes de Sueños, 2011.

__________. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu. 2006, n.26, p.329-376.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora José Olympio, 2018.

COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within: A significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, v.1, n.1, p.99-127, 2016.

COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. São Paulo: Boitempo Editorial, 2021.

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2019.

CRENSHAW, Kimberlé. A interseccionalidade na discriminação de raça e gênero. VV. AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília: Unifem, p. 7-16, 2004.

____________________. DOCUMENTO PARA O ENCONTRO DE ESPECIALISTAS EM ASPECTOS DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL RELATIVOS AO GÊNERO. Estudos Feministas. 171. 1/2002.

DE OLIVEIRA, Megg. Por que você não me abraça?: Reflexões a respeito da invisibilização de travestis e mulheres transexuais no movimento social de negras e negros. SUR. v.15 n.28. p. 167 - 179. 2018.

DAVIS, Angela; DENT, Gina. A prisão como fronteira: uma conversa sobre gênero, globalização e punição. Revista Estudos Feministas, 2003.

FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Trad. Renato da Silveira. EDUFBA. Salvador, 2008.

FAUSTO-STERLING, Anne. Dualismos em duelo. Cadernos Pagu, Campinas, 2001.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 1: A vontade de saber. 3. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1980.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural da amefricanidade. (1988) In. RIOS, Flávia. LIMA, Márcia. (org.) Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11 ed. Rio de Janeiro, DP&A, 2006.

GILROY, Paul, O Atlântico: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora, v. 34, 2001.

HANNERZ, Ulf. Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras-chave da antropologia. Mana 3(1):7-39. 1997.

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, p. 7-41, 1995.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: Episódios de Racismo Cotidiano, Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. São Paulo: Autêntica, 2018.

LORDE, Audre. Não existe hierarquia de opressão. In. Sou sua irmã: escritos reunidos. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. 1ª Edição. Antígona. Portugal, 2014.

________________. Políticas da inimizade. Lisboa: Antígona, 2017.

NICOLAU, S. M. C.; SANTOS, S. P. A categoria político cultural de amefricanidade como tensionamento afrodiásporico à identidade nacional brasileira. Revista de Ciências do Estado, Belo Horizonte, v. 7, n. 1, p. 1–20, 2022. Acesso em: 8 set. 2023.

PRECIADO, Paul B. Manifiesto contrasexual. São Paulo: Anagrama, 2016.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In. Epistemologias do Sul. Org. Boaventura de Sousa Santos, Maria Paula Meneses. janeiro. 2009.

ROHDEN, Fabíola. O império dos hormônios e a construção da diferença entre os sexos. História, Ciências, Saúde, Manguinhos. 2008.

Downloads

Publicado

2024-03-08