A interseção entre o ambientalismo e o feminismo da diferença no culto do Santo Daime
Abstract
O Santo Daime, a mais antiga das religiões ayahuasqueiras, caracteriza-se antropologicamente como um modo original, institucionalizado e não indígena do uso ritual da ayahuasca. Nascido na cidade de Rio Branco como um pequeno culto eclético em 1930, hoje integra o mercado global das religiões e absorve número crescente de adeptos e adeptas estando, neste intercâmbio cultural, em constante transformação. O presente artigo observa o Santo Daime e estas transformações pela face devocional mariana do culto, partindo de sua fundação até sua expansão para além da Amazônia, com isso descrevendo suas raízes ligadas ao catolicismo tradicional rural e uma atualização contemporânea, que a relaciona ao ambientalismo e ao feminismo da diferença. A análise se utiliza das perspectivas teórico-metodológicas de gênero e religião e da bibliografia especializada sobre as religiões ayahuasqueiras. Também sustenta a reflexão os dados de campo colhidos em uma comunidade mineira do Santo Daime, entre os anos de 2015 e 2017.
Palavras-chave: Religiões Ayahuasqueiras; Religiosidade Amazônica; Devoção Mariana; Santo Daime; Gênero e Religião.
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