Crossing the border: identity, power and gender in the Medical profession
Identidade, poder e gênero na profissão médica
DOI:
https://doi.org/10.14244./2238-3069.2024/20Keywords:
Medical sociology, medical identity, doctor-patient relationship, gender practices, hegemonic masculinityAbstract
The following text emerges from a bibliographic review of studies on the formation of medical identity and the relationship between doctor and patient, which understands the medical professional as endowed with a dominant power due to the possession of knowledge about bodies. Constantly in action to distance himself from his object (illness/sick/patient), the medical professional faces difficulties when he becomes a patient. By analyzing reports from ill doctors, we suggest that their difficulties in recognizing themselves as patients are due to the adoption of the gender practice of hegemonic masculinity in this environment, and not due to the performance of a professional role – as scholars suggest. The article proposes another perspective to deal with the concept of medical identity.
References
ÁVILA, R. C. Formação das Mulheres nas Escolas de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 38, n. 1, p. 142-149, jan. 2014. DOI 10.1590/S0100-55022014000100019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0100-55022014000100019. Acesso em: 18 out. 2024.
BECKER, H. S.; BLANCHE, G.; HUGHES, E. C.; STRAUSS, A. Boys in white: student culture in medical school. Chicago: The University of Chicago Press, 1961.
BENTO, B. Homem não tece a dor: queixas e perplexidades masculinas. 2. ed., Natal: EDUFRN, 2015.
BLOOM, S. W. The process of becoming a physician. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, Medicine and Society, v. 346, n.1, p.77-87, mar. 1963.
BUTLER, J. Undoing gender. New York: Routledge, 2004.
BUTTARELLO, A. J. O cientista social como educador na prática médica. In: XV Semana de Pós-Graduação da Unesp/FCLAr. Anais de evento, Araraquara, 2016, p. 1398.
CASTELHANO, L.M.; WAHBA, L.L. As emoções do médico e as implicações para a prática clínica. Psicologia USP, v. 31, 2020. DOI 10.1590/0103-6564e180030. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-6564e180030. Acesso em: 04 set. 2024.
CONNELL, R. W. Gender and power. Society, the person and sexual politics. Cambridge/Oxford: Polity Press, 1987.
CONNELL, R. W. Masculinidades. Tradução: ARTIGAS, I. M., 1.ed., México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2003.
CONNELL, R. W.; MESSERSCHMIDT, J. W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Tradução: FERNANDES, F. B. M. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 241-282, jan./abr. 2013. DOI 10.1590/S0104-026X2013000100014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100014. Acesso em 25 mai. 2024.
DINIZ, D. Bioética e gênero. Revista Bioética, v. 16, n. 2, p. 207-216, 2008. Disponível em https://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/68. Acesso em 04 mai. 2024.
FILHO, J.M. Identidade médica: o normal e o patológico. In: FILHO, J. M. (org.). Identidade Médica: implicações históricas e antropológicas. 1. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006.
FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. Tradução: MACHADO, R. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1977.
FOX, R. C. The sociology of medicine: a participant observer’s view. Englewood Cliffs: New Jersey. 1989.
FREIDSON, E. Profession of Medicine: a study of sociology of applied knowledge. Dodd, Mead & Company, 1970.
FREIDSON, A profissão médica: um estudo de Sociologia do conhecimento aplicado. Tradução: NETO, A. F. P.; MORAIS, K. B. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução: SILVA, T. T., LOURO, G. L. 12. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2019.
HIMMELSTEIN, M. S.; SANCHEZ, D. T. Masculinity in the doctor's office: Masculinity, gendered doctor preference and doctor–patient communication. Preventive Medicine, v. 84, p. 34-40, 2016. DOI 10.1016/j.ypmed.2015.12.008. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0091743515003813. Acesso em: 05 set. 2024.
HOIRISCH, A. O problema da identidade médica. [tese: concurso para professor titular de Psicologia Médica]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 1976.
HUGHES, E. C. The making of a physician: general statement of ideas and problems. Human Organization, v.14, n. 4, p.21-25, 1956. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/44124044. Acesso em 29 ago. 2024.
JAYE, C.; WILSON, W. When general practitioners become patients. Health, v. 7, n. 2, p. 201-225, 2003. DOI 10.1177/1363459303007002875. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1363459303007002875. Acesso em 06 set. 2024.
JOFFE, S. Doctors working while sick is bad enough in ordinary times. During the Covid-19 outbreak it could be catastrophic. Stat, 2020. Disponível em: https://www.statnews.com/2020/03/09/doctors-working-while-sick-covid19-catastrophe/. Acesso em: 06 set. 2024.
KARPINSKI, J. Médico que trabalha doente já e algo ruim em tempos normais, mas e durante a pandemia de Covid-19? Global Health League, 2020. Disponível em: https://academiamedica.com.br/ghl/medico-que-trabalha-doente-ja-e-algo-ruim-em-temposnormais-mas-e-durante-a-pandemia-de-covid-19. Acesso em 18 out. 2024.
KLITZMAN, R. When doctors become patient. Oxford: Oxford University Press, 2008.
KURLAND, G. Meu próprio remédio: a vida de um médico como paciente.Tradução: LOPES, S. Porto Alegre: Lugano, 2004.
LEAL, M. C.; GAMA, S. G. N.; PEREIRA, A. P. E.; PACHECO, V. E.; CARMO, C. N; SANTOS, R.V. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 33, 2017. DOI 10.1590/0102-311X00078816. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311X00078816. Acesso em 19 set. 2024.
SANTOS, V. H.; FERREIRA, J. H.; ALVES, G. C. A.; NAVES, N. M.; OLIVEIRA, S. L.; RAIMONDI, G. A.; PAULINO, D. B. Currículo oculto, educação médica e profissionalismo: uma revisão integrativa. Interface, Botucatu, v. 24, p. 1-17, 2020. DOI 10.1590/Interface.190572. Disponível em: https://doi.org/10.1590/Interface.190572. Acesso em 13 out. 2024.
MACHADO, C.D.B.; WUO, A. S. Processo de socialização na formação identitária do estudante de Medicina. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 1-21, 2019. DOI 10.1590/1981-7746-sol00208. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00208. Acesso em 03 nov. 2024.
MELEIRO, A. M. A. S. O médico como paciente. São Paulo: Lemos Editorial, 2000.
MERTON, R. K.; READER, G.; KENDALL, P. L. The student-physician: introductory studies in the sociology of medical education. Cambridge: Harvard University Press, 1957.
MISKOLCI, R. Corpos elétricos: do assujeitamento à estética da existência. Estudos Feministas, Florianópolis, n. 14, v. 3, p. 681-693, set./dez. 2006. DOI 10.1590/S0104-026X2006000300006. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2006000300006. Acesso em: 06 out. 2024.
MORETTI-PIRES, R. O. Domesticando corpos, construindo médicos: das relações de gênero a uma sociologia da profissão. 2017. 214 p. Dissertação (Mestrado em Sociologia Política) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/176795. Acesso em: 04 ago. 2024.
MORISHITA M.; IIDA J.; NISHIGORI, H. Doctors' experience of becoming patients and its influence on their medical practice: A literature review. Explore, New York, v. 16, n. 3, p. 145-151, mai./jun. 2020. DOI: 10.1016/j.explore.2019.10.007. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31843394/. Acesso em: 02 ago. 2024.
OLIVEIRA, P. P. A construção social da masculinidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
PARSONS, T. The social system. New York: Free Press, 1951.
RAIMONDI, G. A. Corpos que (não) importam na prática médica: uma autoetnografia performática sobre o corpo gay na Escola Médica. 2019. 247 p. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) - Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas. Disponível em: https://www.fcm.unicamp.br/fcm/sites/default/files/2020/anexo/tese_gustavo_antonio_raimondi.pdf. Acesso em: 04 set.2024.
REZENDE, J. M. O Machismo na História do Ensino Médico. In: À sombra do plátano: crônicas de história da medicina. São Paulo: Editora Unifesp, 2009, p. 131-136.
ROSENBAUM, E. E. O gosto do meu próprio remédio. Tradução: MARTINS, V. T. M. São Paulo: Globo, 1993.
ROSS, M. Suicide among physicians: a psychological study. Dis.Nerv. Cyst. v. 34, n. 3, p. 145-150, 1973. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/4715632/. Acesso em: 28 jul. 2024.
RUSSO, J. Do corpo-objeto ao corpo-pessoa: desnaturalização de um pressuposto médico. In: SOUZA, A. N.; PITANGUY, J. (orgs.). Saúde, Corpo e Sociedade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2006.
SACKS, O. A Leg to Stand on. London: Picador, MacMillan Publishers Ltda., 1991.
SCHEFFER, M. Demografia Médica no Brasil 2023. São Paulo: FMUSP/AMB. Disponível em: https://amb.org.br/wp-content/uploads/2023/02/DemografiaMedica2023_8fev-1.pdf. Acesso em: 20 out. 2024.
TARKOWSKI, Z.A.; PIATKOWSKI, W.; BOGUSZ, A.R.; MAJCHROWSKA, A.; NOWAKOWSKI, A., SADOWSKA, A.; HUMENIUK, E.D. When a doctor becomes a patient, the unique expectations and behaviours in a disease: preliminary report. Progress in Health Science, v. 6, n. 2, p. 160–164, 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/314269366_When_a_doctor_becomes_a_patient_the_unique_expectations_and_behaviours_in_a_disease_preliminary_report. Acesso em: 25 set. 2024.
VARELLA, D. O médico doente. São Paulo: Companhia das Letras; 2007.
VARGAS, H. M. “Sem Perder a Majestade: “Profissões Imperiais” no Brasil”. Estudos de Sociologia, v. 15, n. 28. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/2553 . Acesso em 17 set. 2024.
VIDAL, L. Absorventes para menstruação são testados sem sangue - e isso é um problema. Universa Uol, São Paulo, 17 set. 2023. Disponível em <https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2023/09/17/absorvente-e-testado-com-agua-e-soro-e-nao-sangue.htm>. Acesso em 28 set. 2024.
WISTRAND, J. When doctors are patients: a narrative study of help-seeking behaviour among addicted physicians. Medical Humanities, n. 43, p. 19-23, 2017. DOI 10.1136/medhum-2016-011002. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27587488/. Acesso em 04 nov. 2024.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 Arieli Buttarello, Jorge Leite Júnior

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Procedimentos para o envio dos manuscritos
Ao enviar seu manuscrito o(s) autor(es) está(rão) automaticamente: a) autorizando o processo editorial do manuscrito; b) garantindo de que todos os procedimentos éticos exigidos foram atendidos; c) compartilha os direitos autorais do manuscrito com a revista Áskesis; d) admitindo que houve revisão cuidadosa do texto com relação ao português e à digitação; título, e subtítulo (se houver) em português; resumo na língua do texto, com as mesmas características; palavras-chave inseridas logo abaixo do resumo, além de keywords para o abstract; apresentação dos elementos descritivos das referências utilizadas no texto, que permitam sua identificação individual; observação das normas de publicação para garantir a qualidade e tornar o processo editorial mais ágil.
Ao submeter o manuscrito deve ser informado (no portal SEER) nome, endereço, e-mail e telefone do autor a contatar e dos demais autores. Forma de Apresentação dos Manuscritos O título deverá ser apresentado em português e inglês.
A apresentação dos originais deverá seguir as normas da Revista Áskesis e, quando não contempladas, seguir as normas atualizadas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Recomenda-se a consulta principalmente às normas NBR 10.520/02 – Citações em documentos; NBR 6024/03 – Numeração progressiva das seções de um documento; NBR 6023/02 – Referências; NBR 6028/03 – Resumos; NBR 6022/03 –Artigo em publicação periódica científica impressa - Apresentação. Nota: Os resumos que acompanham os documentos devem ser de caráter informativo, apresentando elementos sobre as finalidades, metodologia, resultados e conclusões do estudo.
Figuras, tabelas, quadros, etc., devem ser apresentadas uma em cada página, acompanhadas das respectivas legendas e títulos. As figuras e tabelas não devem exceder 17,5 cm de largura por 23,5 cm de comprimento. Devem ser, preferencialmente, elaboradas no Word/Windows. Não serão aceitas figuras gráficas com cores ou padrões rebuscados que possam ser confundidos entre si, quando da editoração da revista. Se aceito, as figuras e tabelas devem ser enviadas separadamente, via e-mail, para o precesso de diagramação, com suas respectivas legendas explicativas.